(DES)ATENÇÃO

É só parvoíces, palermices, burrices, tolices, patetices, camelices, tontices e outras coisa terminadas em “ices”. Assuntos que merecem a nossa (Des)atenção. Tomar uma vez ao dia.

Este blog não dispensa a consulta do prospecto caso os sintomas permaneçam deverá consultar o seu médico ou farmacêutico.

Mera Cavaqueira

Por vezes, na azáfama do dia-a-dia, ignoramos os factos mais óbvios que se encontram bem a frente dos nossos narizes. O tempo é de crise, palavra tão gasta no nosso quotidiano, e sendo o tempo dinheiro, não há muito para gastar. Se nesta altura já está a pensar apagar esta mensagem, não o censuro, também eu sofro da mesma preguiça que na, maioria das vezes, me seduz pelos títulos e imagens, ignorando todas as outras letrinhas que os seguem.

Não são raras as vezes, que deparo que os meus leitores, das pequenas palermices que escrevo, numa minoria expressiva, porque nem só as maiorias são expressivas, também as minorias expressivas, como há maiorias com problemas de expressão Mas, dizia eu, deparo que alguns de vocês, numa atitude altruísta, tomam as dores dos mencionados, nos meus humildes comentários. Ora esta atitude parece-me a mim, despropositada e incoerente, perante a importância que os mesmos vos dão, que é zero.

Há factos incontornáveis, impossíveis de nos passar ao lado, figuras da nossa classe política, que não conseguem fazer passar despercebidas as suas acções, digamos, menos apropriadas para quem jurou defender os interesses do povo. Eleitos por nós, é facto, ou, pelo menos, por aqueles que votam, que começam a ser cada vez menos, lá está, uma minoria expressiva.

Mas permitam-me que vos dê um exemplo, o Excelentíssimo, nosso Presidente, Sr. Prof. Aníbal Cavaco Silva. No processo BPN, quando se sentiu que o seu nome poderia vir a ser envolvido, a Casa da Presidência, apressou-se a emitir um comunicado em esclarendo que, o nosso Presidente, somente poderia responder por umas pequenas contas poupança que detinha naquela instituição, deixou de fumar e os 3 euros, que no passado gastava por maço, foi colocando numa conta poupança. O povo ficou esclarecido. Mais tarde, descobre-se que o nosso Aníbal, afinal, tinha comprado umas acções do BPN que, em boa hora e a conselho de um bom amigo, as vendeu, rendendo-lhe uma boa maquia. E que não teria sido o único lá em casa.

Não sendo eu obcecado pela “teoria da conspiração”, parece-me a mim que estamos perante um “BelémGate”. O problema é que, em Portugal, quem está no alto do Poder, não cai.

Todos já tiveram a oportunidade de alcançar que a maioria dos arguidos no Processo BPN, são ex-membros do XI Governo Constitucional, em que o Primeiro-Ministro era o nosso amigo de Boliqueime. Oliveira e Costa, Dias Loureiro e, mais recentemente, Arlindo Carvalho. E ainda, embora tente que o povo esqueça, temos Miguel Cadilhe, Presidente da instituição, que, na hipótese de isto ser um filme de Quentin Tarantino, seria apelidado de “Homem da Limpeza”, ele, também, ex-ministro do Governo de Cavaco. Cujo seu único papel no meio disto tudo seria apagar o nome do economista algarvio de qualquer elemento suspeito, digo eu.

Ora a única diferença do BPN para a tesouraria do Partido Social Democrata, da altura, é que o BPN era gerido com dinheiros públicos, poupanças e contas de grandes, pequenas e micro empresas, como também, de particulares, que nada tem a ver com o Partido.

Será que não está na altura de começarmos a pedir contas de tudo isto? Não merecemos nós, Portugueses alguns esclarecimentos?

Na próxima aula falaremos do “Caso Freeport”… Até para a semana. Sorriam!

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